quinta-feira, 12 de agosto de 2010

TRAPOS






TRAPOS




Meu corpo

Mais parece de trapos,

Cheia de remendos,

Pedindo reforma,

Um cantinho,

Uma caixinha

Onde me esconder,

E descansar,

Porque não para sempre.

As pessoas me usam,

(Sabem a minha fraqueza)

Amarrotando-me,

Maltratando-me,

Como se eu fosse

UM TRAPO

Velho, sem uso

E sem préstimo,

Porque deixei

Chegar a este ponto.

Porque penso

No bem estar dos outros

E não em mim,

(Porque não sou um hipócrita)

Eu acho que ainda sou,

Um ser humano

Pensante,

E ainda respiro.

Existem dias,

Que não me apetece,

Comer,

Nem sequer respirar.

É terrível sofrer,

Sofrer para dentro, no silêncio

Sem direito a queixar-me

Já me habituei, não vale a pena.

Só que muitas vezes o cansaço,

Vence-me e mal me sento

Adormeço, num sono pesado.

Mas de seguida,

Tenho recriminações,

Incompreensões…

E … me sinto mal

Por me deixar vencer,

Pelo cansaço,

Mas é mais forte do que eu…

A minha vida,

É passada na casa onde vivo

(não a posso dizer minha)

Quatro paredes,

Os meus gatos,

Meus companheiros,

Nos bons e maus momentos.

Leais, e ternurentos.

De resto nada tenho.

Nesta altura,

Que posso pedir,

NADA…

Estou super cansada.

Não me apetece népia…

Nada de nada.

Ou peço?

Peço um fim,

Um chega…

Amor,

Companheirismo,

Compreensão.

Três palavras,

Que esqueci,

Há muito, mesmo muito tempo,

Que não sei o que é

Nem o que significa.

Por isso deixei de acreditar…

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